Normalmente,
todos os anos mando mensagem feliz e alegre... mas, não sei....acho que a
medida que envelhecemos o nosso colírio
de “deixa quieto, e vou ser feliz” termina, e começamos a ficar críticos,
criteriosos, e chatos!
E este processo não
tem ocorrido só comigo, percebo as pessoas tem cada vez menos achando as festas
de final de ano o máximo. Talvez seja este momento em que vivemos mesmo!
Sim, ando chata! E
pior ainda, não ando conseguindo seguir a frase “no stresse!”. Tá difícil!
E sabe por que? O mundo não acabou dia 21, mas, o mundo como eu conhecia, tem
acabado aos poucos.
Então a mensagem de Final de ano é esta minha reflexão.....
Não pensei que cada vez mais crianças seriam maltratadas,
espancadas, negligenciadas, e um espaço que era para elas receberam o que
recebi na minha infância: carinho,
cuidado, educação..esperança, e as melhores companhias que já tive na minha
vida. Na “escolinha”!
Nunca imaginei que filhos ficassem tão gananciosos que
matassem seus próprios pais. O máximo de “ganância” que experimentei foi querer
ser eu lavar o carro do meu pai para
ganhar um trocadinho.
E não pensei que iria ser noticia na TV todo dia, cachorros
enterrados vivos! Afinal, todos os cachorros que já passaram na minha vida
mereciam aparecer na TV sim, mas, recebendo uma homenagem do tipo “arquivo
confidencial”, e eu seria entrevistada dizendo “Este cachorro é o ser mais leal
que já conheci, minha amizade incondicional à ele!”.
E não sei vocês, mas, quando eu terminava um namoro “curtia
uma fossa”, e o ex caia na “balada” para ver se superava o fim, e normalmente o
período de “encubação” era de uma semana. Rompimentos amorosos não eram motivos
para matar!
Não pode ser... não pode ser que eu esteja no mesmo
mundo....
Antes os políticos roubavam também, mas, agora eles deixam
suas provas explicitas, e não são punidos. E cada vez mais consciente a
população cobra atendimento público em hospitais... mas, só cobram, pois,
continuam convalescendo e morrendo nas filas de hospitais, pois, não tem verba
suficiente para melhorar as políticas públicas, mas, tem dinheiro o suficiente
para mansões, jatinhos, viagens internacionais de poucos.
Sempre morei em periferia, e mesmo assim, nunca imaginei ter
a violência tão presente em minha vida... Neste último ano minha família esteve
envolvida em três assaltos/furtos. É terrível você trabalhar tanto, se
esforçar tanto para ter um dinheirinho...ter um conforto maior...um carro
razoável... e ter que entregar tudo isto, e ainda ficar totalmente amedrontado,
frustrado, e traumatizado.
Por que nos tratamos assim? Não conheço nenhum
bicho tão "peçonhento" quanto o ser humano, ao invés de nos cuidarmos, nos
exterminamos.
Desculpe trazer tristezas para vocês no final do ano... e
não só sorrisos... Quero sim sorrir, mas, não podemos nos abstrair do que
aconteceu no ano de 2012, está virando uma “bola de neve”, está pior que juros
de cartão de crédito... precisamos buscar soluções, resoluções...
E é certo que se
buscarmos estas mudanças no nosso lar, já estaremos fazendo muito.
Buscarmos praticar menos o individualismo, e agir no social. Valorizar nossos
familiares, e menos os bens materiais. Praticar a lealdade com amigos, com
pessoas que realmente nos acrescentem. Amar e proteger nossos filhos e animais.
Ser cordial com pessoas que passam pelo nosso dia. Somar, dividir e multiplicar
conhecimento. Ser generoso sempre que possível. Respeitar a todos, não concordar com todos, mas, respeitar a diferença.
Valorizar a vida! E praticar a fé!
Isto mesmo fé... posso estar demasiadamente decepcionada com
o mundo em que vivo, mas, o que me fortalece é a fé. A fé de que para cada dez ações ruins, teremos uma boa, e seguimos tentando reverter esta situação.
Não sou hipócrita..... lógico que terei Natal, Reveillon...
e todo o pacote... mas, este ano muito mais reflexiva... com muito menos
expectativas de que apenas uma mudança de ano possa limpar tudo que ficou para
trás, muito mais consciente, que o ano de 2013 só será melhor se eu mesma
trabalhar para isto!
Quero deixar por fim, uma frase da minha escritora
preferida, Eliane Brum: “É perigoso quando assimilamos aquilo que não
pode ser assimilado, a ponto de deixar de estranhar.” Para quem se
interessar, o texto completo está aqui.
Boas festas.
Imagens do post: do Google imagens
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