Sinto que já estamos bem íntimos neste Sofá, então vou falar de um assunto que vem rondando minha cabeça.
A despedida está plainando no ar à minha volta, então comecei a pensar a respeito.
Minha irmã está se despedindo, da cidade onde nasceu, da família, dos amigos, do emprego, do seu “lugar comum”, para procurar à sua felicidade.
Um casal de amigos está se despedindo de tudo que falei à cima, e ainda de suas filhas (caninas), de seus imóveis, e bens materiais, para em outro país buscar a prosperidade.
E comecei a pensar, tem como despedidas não serem difíceis? Mesmo que seja para melhorar, para sacudir a vida, despedidas são tensas.
Despedidas são como machucado, primeiro palpita de tanto que dói, uma saudade de algo, depois, vira cicatriz, lembrança que sempre guardaremos.
Não há despedidas sem mudanças sofremos ao despedir em um final de relacionamento, mesmo que este já não nos trazia felicidade, sofremos pela despedida do que um dia foi.
Sofremos ao nos despedir quando ficaremos muitos dias fora, e desta despedida eu sou doutora, toda semana me despeço do meu marido, que viaja muito profissionalmente, dói toda vez.
Existem despedidas que ficam suspensas, vamos nos afastando aos poucos de alguém, e quando percebemos, não nos despedimos.
Não só de sofrimento é feito a despedida, pois, ela é prenúncio de nova rota, pode ser que ela seja a preparação para um retorno (que delícia matar a saudade), pode ser que a despedida traga uma rota de novas possibilidades.
Difícil quem não chore com as despedidas, mas, não é isto que nos torna humanos? Sendo assim, sigo sofrendo com as despedidas, mas, aquele sofrimento com um fundo de alegria de saber que lá na frente da estrada , sempre tenho a possibilidade de encontrar flores que abrigam borboletas.
Bjuxxx saudosos.
Um comentário:
Dri,
Adorei sua descrição e as sensações que chegam muito perto de traduzir algo tão complexo... a lembrança e a saudade.
Lendo seu post, quase que imediatamente, veio "Encontros e Despedidas" como trilha sonora... Amei o post!
"Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida"
Beijos
Postar um comentário